Os desafios da gestão de ativos no setor elétrico brasileiro

Os desafios da gestão de ativos no setor elétrico brasileiro

Conheça os principais obstáculos enfrentados pelas concessionárias de energia e descubra como superá-los para alcançar excelência operacional e fornecer um serviço de qualidade à sociedade.
Tempo de leitura: 5 min

Enfrentando os desafios na gestão de ativos no setor de energia elétrica

No dinâmico e competitivo cenário do setor elétrico brasileiro, as concessionárias enfrentam desafios únicos na gestão de ativos.

Esses desafios vão desde a necessidade de garantir a confiabilidade e qualidade do fornecimento de energia até a busca por eficiência e redução de custos em um mercado altamente regulado e exigente.

Desafio 1: Declínio de Intervenção Governamental

No passado, a estatização das companhias energéticas foi uma solução apropriada para o contexto político e econômico da época. No entanto, o cenário atual exige menos intervenção governamental para garantir a agilidade e eficiência das empresas. A privatização é uma via para alcançar maior autonomia e tornar o setor elétrico mais dinâmico, permitindo que as concessionárias tomem decisões rápidas e alinhadas às necessidades do mercado.

Solução: Estabelecer parcerias estratégicas com empresas privadas e órgãos reguladores para fomentar a autonomia e a agilidade na gestão de ativos, permitindo maior flexibilidade e adaptabilidade às mudanças do mercado.

Desafio 2: Fim da Monopolização

Até a década de 1990, o monopólio das empresas de energia elétrica era bem maior, o que significa que houve uma considerável evolução nos últimos anos. Porém, essa característica ainda persiste até os dias atuais, principalmente, no que diz respeito ao monopólio natural. Para que o setor elétrico brasileiro possa evoluir, é preciso que cada empresa do ramo tenha o devido acesso aos bens necessários para sua atuação, e ao mercado pertinente de sua região de atuação, sem que uma tenha prioridade sobre a outra. Se for haver prioridade, que seja sobre as necessidades exclusivas de cada região.

Solução: Implementar um ambiente de mercado mais aberto e competitivo, permitindo que diferentes concessionárias tenham acesso equitativo aos recursos e infraestrutura necessários para suas operações.

Desafio 3: Marcos Regulatórios

Recentemente, foi aprovado um novo marco regulatório para o setor elétrico. Trata-se do Projeto de Lei n° 232/2016, que possibilita o mercado livre de energia, permitindo a portabilidade da conta de luz entre as empresas distribuidoras. Medidas inovadoras como essa são essenciais para que haja a reestruturação necessária no setor. Além disso, permite que o ramo fique menos engessado, possibilitando a diminuição da burocracia que tanto trava o mercado elétrico.

Solução: Adotar uma abordagem mais flexível e adaptável na regulamentação do setor elétrico, incentivando a inovação e a competição entre as concessionárias para promover maior eficiência e qualidade nos serviços prestados.

Desafio 4: Diminuição da Carga Tributária

A alta carga tributária é um dos maiores desafios enfrentados pelas concessionárias e uma das principais causas dos altos custos de energia. A redução gradual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é uma medida essencial para aliviar o peso das tarifas de energia na vida dos consumidores e impulsionar a eficiência energética. A combinação entre fontes de energia, como solar e hidrelétrica, pode ser uma alternativa para complementar a redução da tributação e tornar a energia mais acessível e sustentável.

Solução: Negociar com o governo e órgãos reguladores para buscar a redução da carga tributária sobre a energia elétrica e investir em fontes de energia renováveis para diversificar a matriz energética.

Impactos da pandemia de COVID-19 no setor elétrico

A pandemia de COVID-19 trouxe consigo uma série de desafios para o setor elétrico brasileiro, afetando as concessionárias de energia de diversas formas, como por exemplo:

1. Queda na demanda de energia:

Com a paralisação de muitas atividades econômicas e a implementação de medidas de isolamento social, houve uma significativa redução na demanda de energia elétrica. Esse cenário levou as concessionárias a se adaptarem rapidamente às mudanças de consumo, buscando formas de equilibrar a oferta e a demanda.

2. Aumento da inadimplência:

A crise econômica gerada pela pandemia resultou em dificuldades financeiras para muitos consumidores, levando a um aumento na inadimplência das contas de energia elétrica. Isso colocou as concessionárias em um desafio adicional para garantir o fornecimento contínuo de energia enquanto lidavam com as dificuldades de recebimento dos pagamentos.

3. Impacto na cadeia de suprimentos:

Restrições de mobilidade e fechamento de fronteiras afetaram a cadeia de suprimentos, dificultando a aquisição de equipamentos e materiais necessários para a operação e manutenção do setor elétrico.

4. Adaptação às medidas de segurança:

As concessionárias tiveram que implementar rigorosas medidas de segurança e protocolos sanitários para proteger seus colaboradores e garantir a continuidade das operações essenciais.

5. Instabilidade financeira:

O contexto de incerteza econômica impactou a estabilidade financeira das concessionárias, exigindo uma gestão cuidadosa dos recursos para enfrentar os desafios decorrentes da pandemia.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), O setor elétrico brasileiro perdeu cerca de R$ 16 bilhões em 2020 devido à pandemia de COVID-19. A perda foi causada por uma redução no consumo de energia, aumento dos custos e dificuldade de atrair investimentos.

Abaixo estão alguns dados que ilustram os impactos da pandemia no setor elétrico brasileiro:

  • O consumo de energia elétrica no Brasil caiu 7,6% em 2020, o maior recuo desde 2009;

  • As receitas das concessionárias de energia no Brasil caíram 10,4%;

  • A inadimplência das faturas de energia elétrica no Brasil aumentou 10,6%.

A importância da implantação da gestão de ativos

A implantação de uma gestão de ativos eficiente é essencial para que as concessionárias de energia possam enfrentar os desafios apresentados de forma estratégica e assertiva.

Ela desempenha um papel crucial na administração de riscos, na tomada de decisões de investimento e na maximização do rendimento, garantindo a confiabilidade operacional em um setor essencial para a sociedade.

Com uma gestão de ativos sólida, é possível identificar riscos, otimizar investimentos e garantir a máxima eficiência operacional.

Marisa Zampolli, em seu artigo “Gestão de Ativos no setor elétrico e as tendências pós-COVID-19”, destaca a importância de empresas possuírem planos de emergência e resiliência bem estruturados:

"O ano de 2020 foi marcado pela pandemia do Coronavírus, que provocou no meio empresarial a necessidade de respostas rápidas para uma situação adversa, nunca vivenciada até então. E, como em toda crise, há algo com o que se aprender. Como dizia Charles Darwin: 'não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças'. E essas mudanças aconteceram da forma mais tranquila em empresas que contavam fielmente com seus planos de emergência e resiliência bem estruturados e expandidos entre os diversos níveis hierárquicos. Esse diferencial também pode ser notado dentro do setor elétrico por companhias que, apesar dos impactos causados pela queda do consumo de alguns segmentos de mercado, aumento das perdas não-técnicas e inadimplência em massa, além da oscilação nas receitas e das dificuldades na continuidade de projetos de expansão e de manutenção, conseguiram manter suas operações e níveis de desempenho sem que os riscos ameaçassem os seus negócios. Empresas com esse perfil são, em geral, as que já inseriram a gestão de ativos em seus processos empresariais, com a operação focada nos objetivos estratégicos e na gestão de riscos e pessoas, por apresentarem maior estabilidade financeira e possuírem receitas reguladas, com baixa correlação com a atividade econômica. Esse perfil característico é capaz de superar momentos como o nosso atual."

Impactos positivos da gestão de ativos durante a pandemia:

1. Melhoria na confiabilidade da rede elétrica: Através da gestão de ativos, foram identificados e corrigidos problemas potenciais na rede elétrica, evitando interrupções no fornecimento de energia.

2. Redução de custos: A gestão de ativos possibilitou a identificação de oportunidades para redução de custos, como a otimização da manutenção e aquisição de ativos mais eficientes.

3. Aprimoramento da eficiência energética: Através da gestão de ativos, foram identificadas maneiras de melhorar a eficiência energética, como a otimização do consumo de energia e o aproveitamento de fontes de energia renovável.

4. Promoção da sustentabilidade: A gestão de ativos contribuiu para a redução do impacto ambiental do setor elétrico, ao incentivar a utilização de fontes de energia renovável e melhorar a eficiência energética.

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Sobre o autor:

Bruna Maia
Formada em Jornalismo pelo Centro Universitário Teresa D’ávila (UNIFATEA) e social media designer.

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